sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Minha primeira travessia de verdade, Marins - Itaguaré/2009




Neste relato tentarei expressar minhas sensações com minha primeira trilha e travessia de verdade, Marins - Itaguaré. Comecei praticar treeking no começo deste ano juntamente com meu primo, logo procurei mais informações sobre esse esporte e encontrei este fórum que além de informações fez com que conhecesse uma galera que viraria uma bela e unida turma, que chamamos de Sem Limites.


Essa travessia quem idealizou foram dois amigos da Cris (vulgo Negrabela), o Vinicius e o Well. Desde comecei a caminhar por trilhas, fiquei fascinado com o Marins, mas vinha adiando porque sabia que a subida era forte e não queria passar apuros. Como estava com um preparo legal acabei aceitando fazer esta travessia, já que a Vivi, uma grande amiga e Sem Limites de corpo e alma, também iria e achava que eu tinha condições de faze-la.



Logo comecei a conversar com o Vinicius sobre como faríamos e passei a pesquisar relatos sobre a travessia. Nem preciso relatar que as melhores informações que encontrei no site do Augusto. Pesquisa feita, algumas dicas dadas pelo Vinicius para mim, marcamos de nos encontrar na rodoviária Tietê às 22h.

Às 22h30 eles me pegaram na rodoviária e seguimos de carro até a casa da Vivi. Pegamos a Dutra por volta das 23h e partimos rumo á Piquete, mas sem antes parar comer alguma coisa pelo caminho. Na estrada o clima entre nós era de pura descontração, trocamos experiências e planos para futuras viagens. 

Chegamos na ranchonete por volta das 3 horas da manhã, conversarmos um pouco e fomos dormir por volta das 4 da manhã. Às 7h despertador já soava, quase não dormimos. Enrolamos um pouco para sair da cama e arrumarmos as coisas. Tomamos café e partimos às 10h.

1º Dia. Andando além das Expectativas– Da ranchonete tem uma trilha que levará a estrada que vai para em direção ao morro do Careca. Em 45 minutos chegamos neste morro. Fizemos uma pausa para tirar umas fotos, recuperar o fôlego e passar protetor solar. 


No morro do Careca é onde começa a trilha para o Marins, encontramos ali vestígios de “farafoda”, pois havia indícios de fogueira. Subimos em direção ao Marins, confesso que para a trilha até o Marins prestei pouca atenção no caminho, pois o Vinicius e o Well sabiam bem como chegar lá, então eu e a Vivi demos uma de turistas e nos preocupamos basicamente em admirar a paisagem, tirar fotos e falar besteira. Mas há inúmeros totens e só segui-los. O Milton, dono do acampamento base, está trabalhando para manter a trilha e retirou todos os totens falsos, portanto uma preocupação a menos para quem não conhece a trilha.


Por volta do meio dia paramos para um lanche rápido, quer dizer eu e a Vivi fizemos logo dois “sandubas” de copa e provolone que deixaram nossos colegas um pouco atônicos, já que eles estavam comendo somente barras de cereais. Em trinta minutos no máximo voltamos a caminhar. 

Seguimos caminhando e por volta das 3 horas da tarde depois de muita escalaminhada, chegamos ao riacho do Acampamento base do Marins. Pelo nosso cronograma iríamos dormir na base do Marins e atacaríamos o cume logo de manhã, como chegamos cedo decidimos acampar no cume. Antes da subida discutimos se valia à pena voltar até o riacho para pegar água ou ver se no cume tinha poças d’águas para pelo menos cozinharmos. O Well subiu na frente e disse que havia muitas poças e que poderíamos preparar nosso jantar com aquela água.

Chegamos no cume às 16:30 e aproveitamos para tirar fotos e mais fotos, sendo que uma delas foi hilária. Programei a máquina para tirar a foto depois de 10 segundos e sai correndo para me posicionar, só que ao sentar me desequilibrei e cair deitado na poça d’água, ficando com as pernas pra cima, sendo que a máquina registrou bem esse momento.


Montamos o acampamento e começamos a preparar nosso miojão com linguiça e bacon ainda de dia. Depois da janta preparamos um choconhaque para aquecer. Como não tinha dormido na noite anterior fui me deitar às 18h30. Por volta das 22h acordei tremendo de frio, como meu saco de dormir agüenta até 6°C do limite e – 9°C no extremo (só que até essa temperatura você tem estar muito bem agasalhado) pensei “vou passar perrengue de frio essa noite”. Coloquei mais uma blusa e para minha felicidade consegui dormir tranquilamente.


2º Dia: Mudanças de Planos – Acordei por volta das 6 horas e sem fraquejar muito sair do meu saco de dormir quentinho, pois estava ansioso para ver a alvorada e valeu à pena. Muito lindo o nascer do sol do cume do Marins. Fomos tomar café e arrumar nossas coisas para partir. Começamos a descer o Marins por volta das 9h30, um pouco tarde para quem quer chegar à base do Itaguaré antes do anoitecer, mas estávamos convictos que chegaríamos.



Chegamos ao rio e paramos para coletar água, apesar da placa dizendo que a água estava imprópria para o consumo, mas o Milton, dono da ranchonete, disse que devido as fortes chuvas que caíram nesta temporada pouca gente subiu a montanha e acreditava que não teríamos problema em tomar aquela água desde que usássemos clorim. 


Enchemos nossas garrafas e pingamos clorim na água e seguimos em direção ao marinzinho. Aqui novamente a trilha é sinalizada pelos totens. Subimos um cucuruto antes de chegar na base do Marinzinho e aqui cometemos o primeiro erro do dia. Em vez de chegar ao topo deste cucuruto e procurar pelos totens, descemos e encontramos uma trilha que terminava em um paredão do Marinzinho. Como o Milton nos alertou que a trilha estaria um pouco fechada devido às chuvas e que fazia tempo que ninguém fazia a travessia, perdermos um tempo procurando a trilha, pois acreditávamos que ela estava por ali.

Como não encontramos a trilha decidimos voltar para o cucuruto novamente e vimos que no meio do charco havia uma passagem que parecia uma trilha. Caminhando até essa trilha constatamos que era ali a passagem, pois logo atrás tinha uns totens.


Então para não perder tempo, quando atingir o topo do cucuruto antes do Marinzinho siga para esquerda até encontrar os totens e a trilha no meio do charco. Aqui perdemos mais um tempo mas para salvar a Vivi de bolhas no pé. Ao pisar no charco a bota chegava a afundar quase totalmente e como ela estava com um calçado que não era impermeável, ela tinha dificuldade de andar por ali, até que ela não conseguiu mais progredir. Então eu e o Well literalmente a carregamos no colo. Cada um pegou em uma perna dela e a içamos. Ela parecia a Cleoprata sendo carregada pelos seus escravos. Haha Mas amigos são para essas coisas.


Após o charco seguimos pelo lado esquerdo do Marinzinho, sempre seguindo os totens. Aqui mais uma vez perdemos tempo por falta do nosso conhecimento do caminho. Como sabíamos que tínhamos que seguir sempre a nordeste, achávamos que contornaríamos o Marinzinho pela esquerda da base e depois seguiríamos para essa direção. Porém estávamos totalmente errados, segue daqui, olha dali e nada de encontrar trilha ou totem. 

Depois de um tempo, olhamos para cima e vimos uns totens no topo do marinzinho, só que continuávamos achando que a trilha estava em nossa frente, quando na verdade ela estava lá trás, pois a trilha vai dar uma serpenteada para começar subir para o Marinzinho. No cume do marizinho éramos observados por dois urubus, cena típica de desenho animado. Aqui no topo do Marinzinho tem-se que tomar cuidado com as setas amarelas que levam para a pousada do Maeda.

A trilha que dará no paredão para descer o marinzinho fica bem na esquerda do topo, siga os totens e chegará na corda. Descemos tranquilamente pela corda e saímos em um vale e pegamos uma trilha que daria em um paredão. Conforme o Milton nos alertou, a trilha estaria um pouco fechada devido ao pouco uso desta temporada por causa das chuvas, por isso a vegetação lateral estava cobrindo a trilha e seus galhos castigavam nossas pernas, braços e às vezes a cara, por isso andar de óculos escuros era fundamental para evitar uma lesão no olho, além disso, ás vezes confundíamos a trilha com outras de animais, mas logo se fechavam e não traziam maiores atrasados. Ao subir esse paredão já estávamos na crista que daria na Pedra Redonda.

Por volta das 13h30 paramos para um lanche rápido já que estávamos atrasados para quem queria chegar ao Itaguaré ainda naquele dia. Durante o lanche já discutimos a mudança de planos e decidimos acampar na base da Pedra Redonda. Comemos e partimos por volta das 14h. Seguimos pela crista seguindo os totens e tendo sempre nosso destino em nosso campo visual.

Chegamos à base da Pedra redonda às 15:40 e descansamos um pouco contemplando os visuais que ela nos proporcionava. Às 16h decidimos encontrar o acampamento. Não é difícil encontra-lo, mas devido à altura dos capins elefantes não conseguimos visualizar direito a área de camping lá da pedra redonda. Mas descendo-a tem uma trilha que segue para a esquerda que dará na área de camping e a direita segue rumo ao Itaguaré. Nesta área de camping cabem umas 3 barracas no aperto.

Armamos o acampamento e preparamos o jantar. O Well logo depois de jantar foi dormir, enquanto eu, a Vivi e o Vinicius ficamos conversando até às 22 horas sob uma lua maravilhosa e que dispensava nossas lanternas. Obs: na área de camping encontramos coco de jaguatirica, assim como em boa parte da trilha, é bom tomar cuidado.

3° Dia: Falta de água e Perrenguinho – Acordamos cedo e tomamos um senhor café da manhã preparado pela Vivi. Panquecas recheadas com queijo provolone e geléia de morango. Uma delícia! Porém devido à economia de água no dia anterior, meu corpo já sentia sua falta. 

Partimos em direção ao Itaguaré às 8h30, logo que subimos em um ponto mais alto deparamos com um belíssimo colchão de nuvem. Ficamos tirando algumas fotos e seguimos rumos ao Itaguaré. Caminhamos durante duas horas em um bom ritmo e ao contrário do dia anterior não tínhamos perdido a trilha nenhuma vez. Pensei 


Por volta das 13h30 paramos para um lanche rápido já que estávamos atrasados para quem queria chegar ao Itaguaré ainda naquele dia. Durante o lanche já discutimos a mudança de planos e decidimos acampar na base da Pedra Redonda. Comemos e partimos por volta das 14h. Seguimos pela crista seguindo os totens e tendo sempre nosso destino em nosso campo visual.



Chegamos à base da Pedra redonda às 15:40 e descansamos um pouco contemplando os visuais que ela nos proporcionava. Às 16h decidimos encontrar o acampamento. Não é difícil encontra-lo, mas devido à altura dos capins elefantes não conseguimos 




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