terça-feira, 30 de março de 2010

Volta da Ilha Grande


1º dia – São Paulo, Angra dos Reis, Vila de Abrão e Saco do Céu.

Nas férias deste ano decidi, juntamente com a Vivi e a Cris, fazer a volta completa da Ilha. Elaboramos o roteiro e marcamos a data de saída para o dia 10 de dezembro de 2009. Porém de ultima hora a Cris teve um contratempo e para nossa infelicidade não pode ir.
Também havíamos postado um convite aqui no fórum e alguns dias antes do embarque apareceu a Ida. A Vivi conversou com ela por email e ficou sabendo que ela marinheira de primeira viagem. Na hora ficamos apreensivos, pois apesar das trilhas serem fáceis, a volta na ilha é o típico role que lhe cansa a prazo e não saberíamos se ela agüentaria. Informamos tudo o que poderia acontecer e que só abortaríamos a volta em caso de vida ou morte. Marcamos com a Ida no cais de Abrão.

No dia 10 saímos de São Paulo no ônibus das 22h e por volta das 7h30 min chegamos á rodoviária de Angra. Fomos caminhando até o cais de Angra já que tinham nos informado que a turisangra ficava ali perto. Ocorreu que o local para pegar as autorizações para a praia de aventureiro não fica no prédio da turisangra próximo ao cais e sim no centro de informações turísticas que fica na praia anterior e lá fomos nós.



De posse das autorizações ficamos aguardando a barca da IGT das 10h (R$ 20,00 na rodoviária). Essa barca é muito rápida. Em 50 min estávamos em Abrão. Ao descer no cais logo encontramos a Ida.

Seguimos então até o camping do Bicão para deixar uma mochila com uma muda de roupa limpa, já que na volta ficaríamos uns dias em Abrão descansado. Deixamos nossas mochilas e fomos almoçar. Comemos em um restaurante por quilo do qual não me recordo o nome, mas a comida também não me agradou muito.

Fome saciada e seguimos em direção a praia de Saco do Céu. Na rua do cais seguimos para a esquerda acompanhando o mar. No começo da trilha há duas opções para seguir. Decidimos pegar a trilha da direita e passar pelas ruínas do Lazareto e pela praia preta. Não andamos nem 20 min e logo chegamos ás ruínas. Por motivo de segurança não se pode entrar mais nas ruínas. Demos uma passada na praia preta e seguimos em frente.

Voltando para a trilha seguimos por mais uns 20 min e logo chegamos ao aqueduto. Fiquei impressionado com o tamanho daqueles arcos e o estado de conservação dele. Pausa para fotos e logo partimos em direção a praia da feiticeira.

Depois do aqueduto a trilha vai subindo até o topo do morro. Subimos lentamente já que nossas cargueiras estavam pesadas. Apesar de termos inicialmente planejado comer PF onde desse, eu e a Vivi nos empolgamos no mercado e compramos jantar para 7 dias, mais lanches para todos os dias e café da manhã.

Ao chegar á bifucarção para a cachoeira da Feiticeira, decidimos seguir em frente, já que ficaríamos uns três dias em Abrão e poderíamos fazer na volta. Seguimos em frente e logo chegamos ao rio da feiticeira. Eu e a Ida paramos para tomar um belo de um banho. Ficamos ali por uns 10 minutos. Retornamos a jornada e logo começou a descida para a praia de Caramiranga.

Ao chegar á praia eu e a Vivi fomos tomar um banho de mar, enquanto a Ida ficou conversando com um morador local e ainda descolou um banho quente. O que me chamou a atenção nesta praia foi à areia no fundo do mar, parecia que estava pisando em lodo. Após sair d’água aproveitei para comer algumas guloseimas. Neste meio tempo a Ida decidiu pegar um taxi boat até Saco do Céu.

Seguimos caminhando pela faixa de areia até cruzar o rio e em poucos minutos chegamos á praia do Perequê. Seguindo pela areia ainda a trilha vai surgir à esquerda. Caso fique com dúvida, olhe para cima e siga os cabos de eletricidade (aliás, até proveta em caso de dúvida é só olhar para cima).

Nesta hora começa a cair uma garoa bem fina que foi aumentando aos poucos. Eu e a Vivi decidimos aumentar o ritmo de caminhada, já que a Ida tinha ido de barco. Nesta hora o peso de nossas mochilas começou a incomodar. A barrigueira da minha mochila estava aperta no máximo e mesmo assim ela escorregava, fazendo com que eu carregasse o peso todo nos ombros.

Em 30 min encontramos a Ida com cara de assustada na varanda de uma casa abandonada. Perguntamos o motivo e ela explicou que foi até a casa da dona Nérida e chegando lá foi atendida pelo irmão dela e rolou um desentendimento, pois ela perguntou a ele se a D. Nérida ainda cobrava R$ 5,00 para deixar acampar no quintal dela e o cara ficou ofendido e disse que aquilo era um absurdo já que a irmã dele nunca tinha cobrado.

Fui tentar conversar com o cara e não teve acordo, ele não quis deixar a gente acampar lá. Perguntei se tinha outro local para acampar e ele disse para eu falar com o Cadiquinho, que tem um restaurante no final da praia.

Chegando ao restaurante, expliquei o caso para o Cadiquinho e ele prontamente deixou que a gente acampasse lá. Perguntei quanto ele cobraria por isso e ele disse que nada. Fomos correndo fomos buscar nossas coisas e avisar a Ida. Para quem quiser o contato dele segue os telefones (24) 9995-8775 ou (24) 9983-6948. Segundo propaganda do mesmo, o PF dele custa R$ 39,00 e serve até 3 pessoas, detalhe que os bifes são de filé mignon.

Ao voltarmos para o restaurante a chuva apertou e enquanto ela não diminuía, eu e a Vivi começamos a tomar umas cervejas. Nisso o Cadiquinho juntou-se a nós e ficamos jogando conversa a fora. Como a chuva não dava sinal que iria diminuir tão cedo ele deixou a gente armar a barraca de baixo do quiosque dele.

A Vivi preparou uma feijoada e comemos ela com farinha e depois tomamos uma garrafa de vinho e fomos dormir.

2º dia – Saco do Céu a Matariz.

Acordamos cedo no dia seguinte e para nossa sorte não estava chovendo. Tomamos café e arrumamos as coisas e começamos a caminhada.

Pegamos a trilha que sai atrás do campo de futebol perto do restaurante do Cadiquinho. A trilha segue subindo o morro e depois desce em direção à praia do funil. Com 50 min chegamos à praia do Funil. Particularmente eu não achei essa praia muito bonita, aliás, estava bem suja tendo frauda e preservativos jogados pelo chão. A Vivi quis mergulhar e lá fomos todos para a água. Ficamos nadando ali por uns 20 ou 30 min. Ao sair da água percebi que eu estava com assadura nas minhas duas coxas. Enquanto eu passava pomada nas assaduras uma borboleta pousou na mão da Vivi.

Voltamos a caminhar e logo chegamos à praia de Japariz e percebemos que era bem melhor ter mergulhado ali, já que tinha vários restaurantes e dava para até tomar uma cerveja. Seguimos em frente em direção a Freguesia de Santana, sempre seguindo os postes de eletricidade. Em Freguesia de Santana paramos para mergulhar e tirar umas fotos de baixo d’água. Ficamos ali por cerca de uma hora e aproveitamos para comer um lanche. Neste instante a Ida estava querendo desistir e queria pegar um barco até Abrão, pois não estava agüentando mais andar. Convenci-a a continuar. Voltamos a caminhar, a trilha começa a esquerda a atrás da igreja.

Seguimos em direção a praia de bananal pequeno e em 50 min chegamos à praia que impressionou a construção de uma mansão e um cantinho no canto da praia com sofá e rede, sendo que o engenheiro da obra veio avisar que o dono da casa não gostava que ninguém ficasse próximo ao “cantinho dele” e que se a gente quisesse poderia ficar depois das pedras. A Vivi disse que muito obrigado pelo aviso e que não sairia dali, pois estava muito confortável kk. É brincadeira, né? O cara coloca um sofá no meio da praia e não gosta que ninguém fique próximo dali. Quando estávamos seguindo para a próxima praia, a Vivi foi mordida por um vira-lata, nisso aparece a mulher do dono da casa totalmente bêbada e disse para Vivi: “Como assim mordeu vc? Chiclete não morde.” Mas mordeu...sorte que pegou na bota dela.

Descansamos por uns 15 ou 20 min e decidimos que não cumpriríamos o cronograma já que a Ida estava muito cansada e as minhas assaduras estavam piorando e eu precisava tratar delas e que andaríamos o que não fizemos hoje junto com o cronograma do dia seguinte. Quando estávamos seguindo para a próxima praia, a Vivi foi mordida por um vira-lata, nisso aparece a mulher do dono da casa totalmente bêbada e disse para Vivi: “Como assim mordeu vc? Chiclete não morde.” Mas mordeu...sorte que pegou na bota dela.

Chegamos à praia de Bananal e paramos para tomar sucos e umas cervejas no bar de uma pousada e perguntei para o atendente chamado Tonga se algum morador deixava acampar em seu quintal. Ele disse que não, mas que na próxima praia, a de Matariz, o Senhor Lídio deixava. Deixamos a Ida descansar por cerca de uma hora e aproveitamos para deitar na grama e tomar um sol e se refrescar na ducha do restaurante.

Por volta das 16h30 seguimos em direção a Matariz. Seguimos as placas e em 20 minutos estávamos em Matariz, montamos nossas barracas na casa do Lídio e logo fizemos o jantar. Eu e a Vivi fizemos uma polenta com carne moída e abrimos mais uma garrafa de vinho. Á noite nós três fomos dar uma volta pela praia e ouvimos um som de animado de festa e decidimos ver onde que era.

Quando chegamos até o local, era uma festa particular para uma criança, a Ida não quis nem saber e pediu um pedaço de bolo. Depois encontramos duas crianças e a Ida foi alegria dela e depois fomos até o cais e ficamos admirandos a plataforma da Petrobras toda iluminada que estava bem em nossa frente, também fiquei brisando nos peixes que nadavam próximo ao píer.

Ao voltarmos para o camping fizemos um miojo com provolone e logo o tempo guinou. O céu estrelado deu lugar a uma chuva forte e fomos dormir.

3º  dia – Matariz a Araçatiba.

Acordamos com um tempo nublado e com cara de chuva. Aprontamos nossas coisas, tomamos café e seguimos em frente, já que teríamos que caminhar um pouco mais hoje, pois nosso destino no dia anterior era a praia de Marinheiro, mas devido aos contratempos ocorridos decidimos não ir até lá.

Logo desabou o mundo e começamos a caminhar na chuva. Contornamos a antiga fábrica de sardinhas e saímos na ponte. Seguimos em frente e logo chegamos a uma bifurcação. Seguimos a direita. Em pouco tempo chegamos à figueira branca, ficamos um tempo admirando-a e seguimos em frente. Mais uma vez seguindo os cabos de energia elétrica.

Não demorou muito e chegamos á praia de passaterra, passamos direto por ela, pois chovia muito ainda. Seguimos em um bom ritmo e logo chegamos á praia de Manguaraquessaba. Aqui houve uma situação chata. Um cachorro de um dos moradores locais, não deixava a gente passar e ficamos um tempo acuado por ele, sendo que o local disse que ele não mordia, mas quem iria arriscar? Depois de um tempo o dono do cão veio nos ajudar.
Paramos no final da praia para reabastecer nossos cantis e seguimos adiante.

A chuva não parava de cair. Seguimos pela escorregadia trilha em um bom ritmo e fomos passando direto pelas praias. E assim foi Praia do sitio forte, tapera até chegarmos à ubatubinha perto do meio dia. Aqui paramos para almoçar no restaurante do Lelé. Para chegar até ele a pé siga até o final da praia e em vez de seguir a trilha em direção a praia longa, continue em frente em direção as casas.

O restaurante do Lelé tem como público alvo os marajás que ali chegam de iate, então tomamos um susto com os preços. Mas o Lelé que já fez inúmeras vezes a volta na ilha e também adorava acampar, mandou fazer um PF para nós e cobrou a módica quantia de R$ 13,00.

Comemos e ficamos ali conversando com o Lelé, aqui a Ida começou a falar que estava pensando em desistir, o Lelé falava para ela não fazer isso e continuar a pernada. Só que ele estava pensando que estávamos indo em direção ao Abrão e não a Araçatiba. Quando ela foi ao banheiro, ele disse que ela não agüentaria o tranco até araçatiba, que ela poderia chegar, mas que dali não passava. Eu e a Vivi ficamos preocupados, mas decidimos não falar nada para ela e esperar, pois tínhamos a esperança que ela agüentaria. Voltamos a caminhar por volta das 14h30.

Seguimos novamente os cabos de eletricidade e em 40 min estávamos na praia Longa. Agora a trilha segue subindo. Logo deixei a Vivi e a Ida para trás e subi mais rapidamente. Depois de uma descida bem íngreme cheguei à praia da cachoeira e fiquei esperando as duas tagarelas (obs: as duas não pararam de falar na subida rs).

Seguimos entre as casas e logo saímos na praia Grande de Araçatiba, a Ida neste momento reclamava que estava com muitas dores, que não estava agüentando e iria desistir. Eu e a Vivi ficamos em silêncio, pois sabíamos da previsão do Lelé. Quando passamos pelo cais, a Ida simplesmente se despediu, disse que não estava curtindo e foi embora.

Eu e a Vivi ficamos arrasados. A garoa se tornou um temporal e seguimos. Nosso destino neste dia era a praia vermelha para chegarmos ao outro dia a Gruta do Acaiá. Mas como o tempo não dava sinais que iria melhorar, decidimos ficar no camping Bem Natural. Pagamos R$ 20,00 pela diária. Armamos nossa barraca, fizemos nossa janta e tomamos vodka com suco de saquinho para dormir. Nisso eu derrubei uma garrafa todinha de suco dentro da barraca. Que sujeira eu fiz!! Rs

4º e 5º Araçatiba e Aventureiro.

Acordamos sem muita pressa, tomamos nosso café da manhã e seguimos para proveta. Depois da praia de araçatibinha, a subida é bem íngreme. Subimos em um bom ritmo em 30 min estávamos na crista do morro e em mais meia hora estávamos em Proveta.

Fomos até a praia e ficamos ali admirando a paisagem e aproveitamos para comer um pouco. Após nosso lanche, fomos até o mercado repor nossa comida. Bem, aqui a Srta. Vivian fez-me carregar 4 ovos na tampa da mochila. Pensei comigo “isso não vai dar certo”. Mas aceitei o desafio. Como não encontramos pão de forma, decidimos comprar alguns pães na padaria e para a nossa surpresa ela só abriria as 16h e ainda eram 14h30. Como o tempo estava nublado e não tínhamos pressa, ficamos esperando dar 16h para comprar uns pães quentinhos. Deitamos no chão mesmo e tiramos um belo de cochilo.
Pães comprados e seguimos para aventureiro. Em uma hora estávamos chegando. Decidimos ficar no camping do Luis, por ser o primeiro que vimos e por ser o melhor de lá. Creio que pagamos R$ 10,00 e mais R$ 10,00 por PF.

Estávamos montando a barraca, quando aparece o nosso amigo Rafael que ficou de encontrar conosco em qualquer ponto da trilha. Por coincidência ele também estava acampado por ali. Jantamos e contamos todas as passagens dos outros dias, mas fomos dormir cedo para poder aproveitar melhor nosso dia de descanso.

Acordei cedo e o sol queria sair, logo fui tomar café e lavar minhas roupas sujas. Lavei tudo e enquanto secava. Eu e o Rafael fomos até o píer mergulhar, enquanto a Vivi ficou fazendo aquelas coisas de mulher, passar bronzeador, etc, etc rsrs.

Bem nem preciso me estender que passamos o dia todo sem fazer nada... só curtindo essa maravilhosa praia e ainda subi no coqueiro para pegar uns cocos para nós.

6º dia Aventureiro Parnaioca.


  Acordamos cedo, logo pedimos para o Luis servi o café da manhã (R$ 10,00) e depois arrumarmos nossas mochilas, partimos. Seguimos em direção ao costão do Demo, que de Demo não tem nada, mas as línguas d’águas escorregam mesmo rsrs. Por ser antes da temporada não enfrentamos nenhum problema em chegar á praia do Sul. Atravessamo-la pela faixa de areia sob um sol escaldante e logo chegamos ao mangue. Aqui perdemos um tempo, pois eu e o Rafael tentamos pegar uns siris, mas sem sucesso. Sem Limites 0, Siri 10 rs. Ao atravessar para a praia do Leste resolvi parar para um banho de rio. Logo a Vivi e o Rafael vieram juntos.
Após um merecido mergulho seguimos pela faixa de areia até o final da praia, mas no meio dela, paramos para mais um mergulho, mas agora no mar.
Mais uma vez refrescados seguimos em direção ao final da praia. Aqui perdemos um bom tempo tentando achar a trilha. Há uma picada no final da praia que logo se fecha. O Rafael foi em direção às pedras para ver se dar para ir por ali, eu resolvi ficar e tentar achar a trilha. Sentando e descansando um pouco vi uma picada menor atrás de um pau ficando na areia que logo imaginei que seria uma placa. Peguei o facão e segui naquela picada e constatei que aquela era a trilha. Esperei o Rafael voltar e quando estávamos prosseguindo chegam três trilheiros fazendo a volta no sentido contrário. Trocamos algumas informações e tiramos umas fotos e seguimos.
Segundo as informações do J. Bernado era para ter algumas bifurcações, porém com a falta de uso elas se fecharam e restou apenas a picada principal, portanto se alguém for fazer esse trecho com base no livro dele, ignore as bifurcações relatadas por ele.
Em cerca de meia hora estávamos na praia de Parnaioca. Seguimos para o camping do Silvio e lá fomos muito bem recebidos. Montamos o acampamento e saímos para dar uma volta e conhecer a praia.
Na volta tomamos mais umas cervejas e fizemos nosso jantar. Jogamos um pouco de conversa fora e fomos dormir.

7 º dia Parnaioca – Caxadaço

Ao clarear do dia despertamos, ainda na barraca ouvi uma voz familiar perguntando para o Silvio se não tinha dois paulistas acampados ali. A Vivi pôs a cabeça para fora da barraca e deu um grito assim “Não acredito!! Idaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!” Pois é, a Ida que tinha nós abandonado em Araçatiba retornou e encontrou conosco na trilha.
Ela contou que foi para o rio pagou umas contas e resolveu voltar. Pegou um barco para Proveta e de lá seguiu para aventureiro, dormiu do camping do Luis e ainda arrumou uma carona cedinho com ele até a praia do Leste. Incrível!! Foi o melhor da viagem, um companheiro que vai, retorna para terminar a volta e ainda encontra com nós não tem preço.
Resolvemos adiar a partida, pois a Ida estava cansada, já que tinha caminhado da Praia do Leste até Parnaioca.
Tomamos nosso café e ainda ganhamos ovos e mamão do Silvio.
Enfim, seguimos em direção a dois rios. Novamente a trilha não apresenta problemas de navegação. Seguimos tranquilamente só paramos na toca das cinzas para tirar fotos.
Em pouco mais de uma hora e meia estávamos em dois rios.
Decidimos almoçar por ali, em boteco que tem no meio da vila. Eu, Vivi e o Rafa seguimos para a praia e a Ida ficou descansando no bar. Chegando a praia o Rafael resolveu voltar. Eu e a Vivi decidimos tomar mais um banho de mar. Não demoramos muito e fomos encontrar os demais para almoçar.
Fome saciada e aqui o grupo novamente se dividiu. O Rafael foi tentar conhecer as instalações da UERJ e eu segui para o presídio para conhecer o museu (que por sinal é muito legal, principalmente as cartas interceptadas dos presos). Enquanto a Vivi e a Ida ficaram jogadas ali descansando.
Às 15h30 resolvemos partir e seguimos em direção à praia do Caxadaço. Seguimos em direção ao Abrão e logo encontramos a placa indicando a trilha para o caxadaço.
A trilha neste trecho, também é muito bem demarca. Neste ponto a Ida mostrava sinais claros de cansaço. Rafael e Vivi foram na frente e eu fiquei com a Ida para dar um apoio, principalmente na descida que é bem íngreme.
Chegamos à praia do Caxadaço, deixamos as mochilas na área de acampamento e seguimos para a praia. Eu e o Rafael decidimos explorar as rochas, enquanto as meninas tomavam banho. Lá de cima avistamos a tempestade que estava chegando. Corremos para avisar as nossas companheiras de pernadas.
Tomei meu banho no rio e logo fui ajudar a Vivi a preparar o rango. Comemos rapidamente e não tardou para desabar o mundo. Todo mundo para a barraca bem cedo.

8º dia Caxadaço – Palmas

Como havíamos dormido bem cedo, não foi um problema acordar. Logo tomamos o café e seguimos para a trilha que prometia ser a parte mais difícil. Confesso que eu estava ansioso por este trecho, mas conforme fomos seguindo na trilha ela se mostrou bem tranqüila. Há bastante marca de facão nas árvores o que facilita a navegação. Não vou colocar aqui os pontos de referência, mas quem quiser a planilha é só pedir para mim que eu a envio.
Em cerca de 1h30 estávamos na praia de Sto. Antonio, passamos rapidamente por ela e seguimos para Lopes Mendes. Aqui o tempo ainda estava nublado, mas quando chegamos à praia de Lopes Mendes o sol deu as caras. O tempo mudou, abrindo completamente. Ficamos ali tostando e tomando cerveja e vodka com refrigerante. Até as 15h. Já meio alterados rs, resolvemos seguir com cautela para Palmas.
Ao chegar a Palmas fomos comer no restaurante moranguinho. Eu e a Vivi pedimos um prato de lula frita que estava maravilhoso.
Após o jantar, resolvi me retirar e fui dormir.

9º dia Palmas – Abrão

Deste dia o sol resolveu aparecer bem cedo. Fomos tomar café da manhã no mesmo restaurante. Eu convenci a Vivi a comer uma bela porção de pastel logo cedo rs. Nem preciso falar que estava animal. Logo depois do café, resolvemos curtir a praia já que o sol estava convidativo. Fui até o canto da praia mergulhar e tentar tirar umas fotos de uns peixes. Enquanto eu estava mergulhando a fanfarrona da Vivi veio e deu um puxão em minha perna para me assustar. Beleza 1 a 0 para ela kkk.
Passei a mascará para ele e fiquei nadando por ali. Logo voltamos à praia e conversamos com os demais, resolvemos passar o dia ali e no final do dia pegar um barco até Abrão.
Sentamos mais uma vez no restaurante para tomar umas geladas. A Vivi pedia suco e misturava com a nossa ultima garrafa de vodka rs. A Ida nem esperou por nós e logo subiu no barco e seguiu para Abrão.
Depois de umas brejas e de ter terminado com a garrafa de vodka resolvemos arrumar nossas coisas para esperar o barco.
Mochilas arrumadas e ai o Rafa começa a agitar para seguirmos andando. Bem, eu não queria muito, nem a Vivi, mas o Rafael acabou nos convencendo.
Seguimos para Abrão, novamente levemente embriagado rs.
Chegamos a Abrão e seguimos direto para o camping do bicão, tomamos um banho e fomos a um rodízio de carne matar a larica. Eu e a Vivi destruímos no restaurante ao ponto do garçom deixar uma peça de picanha inteira no meu prato. Depois de comer fomos bebemorar a trip no balanço do forro, já que era o ultimo dia do festival.
Ficamos curtindo ali até a meia noite e depois todos fomos dormir. Já que no outro dia atacaríamos o Pico do Papagaio. No camping encontramos com o Jorge, um dos três trilheiros que encontramos na praia do leste e ele disse que subiria o pico conosco.


10º Pico do Papagaio.

Nem bem abri os olhos e lá estava o Jorge gritando na porta da barraca para irmos logo. O tempo estava ótimo, poucas nuvens no céu. Arrumei minha mochila de ataque e seguimos para a Vila para tomar café. Tomamos o nosso café e seguimos em direção a trilha.
Para chegar ao inicio da trilha é necessário pegar a estrada que vai para dois rios e depois de uns quilômetros chega-se a entrada dela a direita.
A trilha é bem demarcada, o que dificultava o caminho eram as árvores caídas no caminho por conta da chuva. Em duas horas chegamos ao cume. Para nossa infelicidade o tempo fechou e não deu para ver muita coisa.
Ficamos ali por um tempo. Comemos nossas guloseimas e decidimos descer. Nesta hora a atrapalhada da Vivi quase perde minha máquina. Ela deixou cair em uma fenda e que por cerca de centímetros não caiu em outra fenda que seria impossível pegar.
Resgatada a máquina, descemos em duas horas. Chegando à Vila eu e o Jorge fomos tomar banho no bicão e a Vivi e o Rafael seguiram para o camping. O Rafael decidiu ir embora naquele dia mesmo.
Após um bom banho no bicão, fui almoçar com a Vivi, já que o Jorge queria comer no rodízio que comemos ontem. Estávamos esperando nosso prato (picanha na pedra com batatas fritas e arroz) quando surge o Jorge, dizendo que desistiu de almoçar no rodízio.
Comemos os três juntos e seguimos para a rua do cais para tomar umas geladas e caipirinhas do mineiro.
Quando estávamos no bar, encontramos com dois colegas nossos de outras viagens. Sentamos todos juntos e ficamos bebendo e jogando conversa fora.
Não demorou muito e o Jorge foi dormir porque queria ir para dois rios visitar o presídio no outro dia.
Ainda ficamos um pouco, mas logo o agito terminou e eu e a Vivi resolvemos voltar para o camping.

Aqui terminou os dias de trekking, porque eu, a Vivi e a Ida ficamos na Ilha por mais uns três dias. Só retornamos no dia 22 de dezembro. Mas não pense que a aventura terminou ai. Ao descer em Angra, adivinha o que aconteceu? Não tinha mais passagem para São Paulo rs. Só tinha passagem para o dia 24 a tarde. Para a nossa sorte, havia duas passagens para idoso no ônibus que sairia de Parati às 23h30, mas elas só podiam ser liberadas 3 horas antes. Ficamos esperando dar 20h30, rezando é claro para não aparecer nenhum velhinho querendo viajar, para ver se conseguíamos embarcar. Para nossa sorte deu tudo certo. Pegamos um ônibus até Parati e embarcamos para São Paulo.

Quero agradecer ao Augusto por todos os emails e mensagens pessoais trocadas e principalmente a Cris que teve o trabalho de planilhar toda a trilha, mas de ultima hora não pôde ir.

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