quinta-feira, 12 de junho de 2014

Travessia da Serra Fina, enfim concluída.

Serra fina tida como uma das travessias mais difíceis do Brasil até certo tempo atrás, sempre foi a menina dos olhos de todo montanhista. Do alto de suas cristas e cumes é possível avistar outros maciços rochosos da própria serra da Mantiqueira (Prateleiras, Agulhas Negras, Marins, Itaguaré, etc) e até o imponente monólito do Pico do Frade localizado na serra do Mar, junto a cidade de Angra dos Reis.
Eu havia tentado esta travessia apenas uma vez e tive que abortar por conta do tempo, minha companheira e parceira Vivi Mar tinha tentado outras quatro, também sem sucesso. Mas finalmente depois de deixar dois anos esse projeto engavetado, nós conseguimos.


O nosso grupo foi composto, além de nós dois, Sandro, Marcão, Mariana, Davis, Michel, Renato, Rodrigo, Rosana e Getúlio foram os que iniciaram a caminhada na quinta-feira. Na sexta o Rodrigo Rodriguez juntou-se ao grupo fazendo dois trechos da travessia em apenas um dia.
A trilha até a Pedra da Mina está mais sinalizada que muita estrada brasileira, pois por conta “dos olhos de gatos” grudados nos totens e nas folhas dos capins elefantes instalados para uma corrida de montanha é possível caminhar até de noite com mais facilidade que de dia e por isso, e pela quantidade de tracklogs existentes na internet, não detalharei a trilha bifurcação, por bifurcação.

O primeiro dia é um dos mais duros da caminhada, vencer mil metros de desnível com a cargueira pesada, já mostra se você se arrastará até o final da trilha ou se desfrutará da caminhada apreciando todo o visual que ela proporciona sem sofrer. A montanha é implacável com aqueles que não treinam, por isso penso que a dificuldade da trilha é inversamente proporcional à quantidade de horas que você passa treinando na academia ou no parque. Se você treinou a trilha será suave e se ao contrário, você passará mal e irá praguejar o caminho todo. Eu mesmo em trilhas mais beeeeeeeeeeeeeeeem fáceis que essa já passei mal por falta de treino, por isso quem decide se a trilha será pesada, é você e a preguiça que te domina.
Começamos a caminhada pouco antes das oito da manhã na toca do Lobo, seguimos cada um no seu ritmo até reagruparmos todos no ultimo ponto d’água, depois de uma longa pousa, seguimos morro acima cada um na velocidade que suas pernas permitiam.
Cheguei ao capim Amarelo as 11h20 da manhã. Montei a barraca e fiquei esperando os demais. A tarde chegou a cair uma breve chuva, mas o suficiente para molhar nossa barraca por dentro e fazer com que pedíssemos a São Pedro uma breve ajuda.

Depois do nosso almo-janta (gnhoque quatro queijos com molho 4 queijos) ficamos escutando o jogo do Brasil, meu interesse era tanto que dormir antes de acabar o jogo rs.
Segunda dia acordamos sem pressa e iniciamos a caminhada por volta das 9h da manhã. Diferente do primeiro dia, a caminhada pela crista até a chegada a pedra da Mina é mais agradável sem tantas subidas íngremes. As 15h cheguei junto com o Sandro e a Rosana na água no pé da Pedra da Mina. Reunimos todos e decidimos se iríamos acampar na base da mina (5 min de caminhada) ou se subiríamos até o cume.

Parte do grupo decidiu ir para o cume e parte ficou na base para se proteger dos ventos. Como eu já tinha dormido na Pedra da Mina no começo do mês em um bate e volta que fiz via paiolinho, quis ficar na base para curtir mais o acampamento, pois lá em cima seria cada um na sua barraca.
No terceiro dia acordamos mais cedo, pois tínhamos um trecho a mais de caminhada que os demais do grupo que subiram no dia anterior. O tempo estava ótimo, até a Vivi começar a subir a pedra da Mina. É a maldição da serra fina parece que persegue a minha menina. Cada passo que ela dava em direção a montanha o vento e as nuvens aumentavam. rs

Pouco mais de meia hora de caminhada chegamos ao cume, assinamos o livro, tiramos fotos e partimos rumo ao Pico dos três estados, que chegamos as 15h30 depois de muito sobe e desce pela crista da serra.
Depois de uma ótima noite, acordamos todos para ver o nascer do astro rei. Após o desjejum partimos rumo à fazenda do Pierre, dia de judiar dos joelhos, porque depois do alto do Ivos é só piramba para baixo. As 13h20 chegamos ao ponto de encontro do nosso resgate, feliz, imundos, fedidos, mas de alma lavada por ter a oportunidade de ficar quatro dias na montanha ao lado de velhos amigos e por conhecer e fazer novos amigos. Ainda paramos para comer em um restaurante de bacanas que ficaram horrorizados com nosso estado de sujeira e se perguntando de espaço nave nos caímos rs.
Agora é aguardar o próximo feriado para fazer a travessia dos 7 cumes no estado do Paraná, se São Pedro Permitir.

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